sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Artigo: Revisitando a produção de textos na escola (Roxane Rojo)

Revisitando a produção de textos na escola (Roxane Rojo)
                A autora questiona a concepção que se tinha sobre o que era alfabetizar e a própria noção de alfabetização que foi sendo substituída pela (sócio) construção da escrita e pelo letramento(s).
                Ressalta que a criança não chegava à escola sem nenhuma concepção de escrita e ainda que o olhar do construtivismo foca o sujeito. Também confronta as teorias: construtivista piagetiana e a sócio-histórica vygotskiana.
                Apresenta teorias da década de 1980:
ð  1982 – (Nystrand) teorias textuais de descrição do texto escrito. O produto textual é um conjunto de estruturas (micro e macro).
ð  1983 – processo fásico è planejamento è tradução para a escrita è revisão
Linguagem e Discurso (Bahktin) è produto social nas interações concretas emergentes em situações de produção (enunciação específica).
Compara o modelo de “processamento” (Heyes e Flower, 1980) e as “atividades” e “operações de linguagem” (Schenewly, 1988) cujo foco era a interação social.
ð  1989 – utiliza um exemplo de releitura de dados através da produção de textos:
·         Alunos de 1º e 2º ano – iniciam a produção pela construção da personagem;
·         Alunos do 3º e do 4º ano – ativam o conhecimento para a construção do problema da história (geração de ideias), fonte das mais variadas mídias.
Através de experiências e práticas textuais verificou da eficácia ou não e a forma que os alunos construíam suas produções.
Propõe ainda que mesmo sendo uma análise primeira, o estudo propõe pensar em uma série de atividades didáticas.

Apresenta ainda cinco revisões conceituais neo vygotskianas (bahktinianas) permitindo uma perspectiva vygotskiana clássica.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O espelho da nação: a Antologia Nacional e o ensino de Português e de Literatura (1838-1971)

Tese de Doutorado
O espelho da nação: a Antologia Nacional e o ensino de Português e de Literatura (1838-1971) de autoria de Marcia de Paula Gregorio Razzini.

            A autora aponta cronologicamente a evolução do ensino das humanas no Brasil e consequentemente, a evolução do ensino de Português e de Literatura (no ensino secundarista). Tendo como base de estudos a documentação do Colégio Pedro II, bem como, utilizando-se também de um livro didático a “Antologia Nacional” que foi utilizado por quase setenta anos.
De modo geral haviam poucas aulas dedicadas à língua nacional, pois as instituições de ensino se dirigiam à elite que, supunha-se, que esta já a dominava. No entanto, nos anos de 1898, 1946 a 1952 o ensino contava com mais de 20 aulas semanais atingindo o ápice em  1961 com cerca de 30 aulas semanais dedicadas ao estudo do vernáculo. No entanto, o ensino da Língua Portuguesa se consolidou através da expansão da leitura, da redação e da gramática e, mais posteriormente, com a literatura quando esta se utilizou de escritores brasileiros.

            Contudo, a autora aponta ainda que a implantação e o reconhecimento da Língua Portuguesa como definição de brasilidade vem acompanhada por interesses políticos e econômicos. Assim, a escola e seu currículo atrelam-se às ideias e ideais dos dirigentes da nação – isso influencia que autor brasileiro será estudado ou não. Ou seja, aquele autor que cumpre com os objetivos traçados a cada período político. Talvez esse seja o motivo do “apagamento” de muitos escritores.