terça-feira, 20 de outubro de 2009

10a OFICINA (20 de outubro de 2009) - TP1

TP 01 - Oficina 2 - Unidade 4

Como sempre, após o estudo das unidades pares, você e seus colegas se reúnem com o Formador para realizar uma oficina que retoma as questões da prática pedagógica, a partir dos dois últimos conteúdos.

São seus objetivos:
1 – Rever e sistematizar as informações essenciais em torno do uso do texto no ensino da língua (incluindo a intertextualidade).
2 – Avaliar a prática docente, com relação a atividades ligadas à leitura e à produção de textos.
Sabemos que algumas atividades da oficina já estão indicadas:

Parte I (40 minutos)
Discussão dos pontos que apresentaram dificuldades de entendimento, ou que lhes parecem merecer um comentário, pela relevância ou pela discordância de pontos de vista.
Aqui, a própria escolha do tema dos textos pode ser avaliada, assim como o texto de referência da Unidade 3. Não se esqueça de que seus colegas também trarão dúvidas e comentários. Por isso, selecione suas questões mais importantes para discussão.

Parte II (40 minutos)

EEB Silveira de Souza - Professora Solange P. de Freitas
AAA1, p. 15 - Variantes linguistícas: dialetos e registros.
Após trabalharem com o texto "A estranha passageira" a professora propôs aos alunos a produção textual de alguma anedota ou história engraçada.

     Inferno nacional
     A história contada aqui é de um cara que morreu e foi pro inferno. Chegando no inferno o diabo explicou pro cara que o inferno era dividido, em departamentos. Tinham o nome de países.
     O cara foi direto no departamento dos Estados Unidos, pensando que seria bom, pois o país é bem avançado, etc. Chegando lá viu uma fila, não muito grande, entrou na fila e logo foi perguntando:
- O que acontece no departamento dos EUA? Uma outra pessoa que estava na frente respondeu:
- Aqui é assim, pela manhã você leva 300 chibatadas, depois vai a um forno de 250 graus celsius durante duas horas, logo depois vai para um freezer a menos trezentos graus celsius por duas horas.
     O cara ficou apavorado e foi embora a procura de outro departamento, passou pelo departamento da Espanha, Itália, França, etc. Mas todos tinham o mesmo regime que o dos EUA.
     O cara já estava triste andando pelas ruas do inferno, quando viu um departamento com o nome Brasil, e a fila era bem maior do que as outras, entrou na fila e foi perguntando ao camarada da frente porque a fila era maior naquele departamento, o camarada da frente falou:
- Fala baixo cara... Fica só olhando, o forno daque tá quebrado, o freezer não faz mais do que menos 50 graus celsius, e o cara das chibatas vem aqui bate o ponto e vai embora.
(Wiliam Bitencourt)

Parte III (120 minutos)
Sugerimos que você com mais dois colegas façam o plano de uma atividade de leitura do texto abaixo, relacionando-o com o assunto de nossa unidade. Proponha também uma produção de texto.

A língua
Um senhor de muitas posses e pouca sabedoria chamou seu servo mais velho, homem de poucas posses e muita sabedoria, e ordenou-lhe que fosse ao açougue e lhe trouxesse o melhor bocado de carne que encontrasse. O servo foi, e voltou trazendo uma língua, com a qual foi preparado um fino jantar.

Alguns dias depois, o senhor ordenou a seu servo que fosse novamente ao açougue e lhe trouxesse o bocado de carne mais ordinário que encontrasse, para alimentar os cães. O servo foi, e voltou trazendo uma língua. O senhor, que era um homem de muitas posses e pouca sabedoria, enfureceu-se:
– Mas, então, para qualquer recomendação que dou me trazes sempre uma língua?
O servo que era um homem de poucas posses e muita sabedoria, respondeu:

– A língua, meu senhor, é o melhor pedaço quando usada com bondade e sabedoria, e de todos o pior, quando usada com arrogância e maledicência.
Língua (Fábula da tradição judaica).

In Fábulas… em Cartão Postal. Belo Horizonte: Autêntica. s/d.

Parte IV (20 minutos)
Avaliação da oficina, a partir do alcance dos objetivos e do  interesse das atividades propostas.

Parte V (20 minutos)
O que nos espera, no próximo TP?
O próximo TP trabalha os conteúdos de leitura e produção de textos. Que aspectos desses dois assuntos você considera mais importantes discutir, para aperfeiçoar a sua prática pedagógica?

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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

9a OFICINA (06 de outubro de 2009) - TP1



TP1

Como você já sabe, ao final das unidades pares, apresentamos-lhe nossa proposta
para a oficina que você fará com seus colegas e com o Formador e que tem a duração
de 4 horas. Todas as atividades da oficina procuram levá-lo a discutir e aperfeiçoar a sua
prática pedagógica.

Parte I - (40 minutos)
Leve para a reunião da quinzena as questões das unidades que não ficaram claras para
você ou que considera passíveis de crítica e discussões. Inclua suas observações sobre o
texto de referência, lido na unidade anterior. Lembre-se de que vocês terão muitos assuntos
a tratar. Seja, portanto, econômico e criterioso na escolha desses pontos.

Parte II - (40 minutos)
Atividades desenvolvidas

 EEB José Boiteux - Professora Rosane Hart

Turma 502 - A professora distribuiu diversos livros aos alunos. As crianças leram os livros, relataram suas experiências, produziram um desenho representando a história lida.







 


Parte III - (120 minutos)
Desenvolva com seus colegas as atividades que propomos em torno da crônica abaixo.

A outra senhora
A garotinha fez esta redação no ginásio:
“Mammy, hoje é dia das Mães e eu desejo-lhe milhões de felicidades e tudo mais que a Sra. sabe. Sendo hoje o dia das Mães, data sublime conforme a professora explicou o sacrifício de ser Mãe que a gente não está na idade de entender mas um dia estaremos, resolvi lhe oferecer um presente bem bacaninha e ver as vitrines e li as revistas.
Pensei em dar à Sra. o radiofono Hi-Fi de som estereofônico e caixa acústica de 2 alto-falantes amplificador e transformador mas fiquei em dúvida se não era preferível um tv legal e cinescópio multirreacionário e som frontal, antena telescópica embutida, mas o nosso apartamento é um ovo de tico-tico, talvez a Sra. adorasse o transistor de 3 faixas de ondas e 4 pilhas de lanterna bem simplesinho, levava ele para a cozinha e se divertia enquanto faz comida. Mas a Sra. se queixa tanto de barulho e dor de cabeça, desisti desse projeto musical, é uma pena, enfim trata-se de um modesto sacrifício de sus filhinha em intenção da melhor Mãe do Brasil.
Falei em cozinha, estive quase te escolhendo o grill automático de 6 utilidades porta de vidro refratário e completo controle visual dão prazer uma semana, chateação o resto do mês, depois encosta-se eles no só não comprei-o porque diz que esses negócios eletrodomésticos dão prazer uma semana, chateação o resto do mês, depois encosta-se eles no armário da copa. Como a gente não tem armário de copa nem copa, me lembrei  de dar um, serve de copa, despensa e bar, chapeado de aço tecnicamente subdesenvolvido.
Tinha também um conjunto para cozinha de pintura porcelanizada, fecho magnético ultra-silencioso puxador de alumínio anodizado, um amoreco. Fiquei na dúvida e depois tem o refrigerador de 17 pés cúbicos integralmente utilizáveis, congelador cabendo um leitão ou peru inteiro, esse eu vi que não cabe lá em casa, sai dessa?  ofendida deu querer acabar com a sua roupa lavada no tanque, alvinha que nem pomba branca. Mammy bate e esfrega com tanto capricho enquanto eu estou no cinema ou tomo sorvete com a turma. Quase entrei na loja para comprar o aparelho de ar condicionado de 3 capacidades, nosso apartamentinho de fundo embaixo do terraço é um forno, mas a Sra. vive espirrando, o melhor é não inventar moda.
Mammy, o braço dói, e tinha um liqüidificador de 3 velocidades, sempre quis que a Sra. não tomasse trabalho de espremer laranja, a máquina de tricô faz 500 pontos, a Sra. sozinha faz muito mais. Um secador de cabelo para Mammy! gritei, com capacete plástico mas passei adiante, a Sra. não é desses luxos, e a poltrona anatômica me tentou, é um estouro, mas eu sabia que a minha Mãezinha nunca tem tempo de sentar. Mais o quê? Ah, sim, o colar de pérolas acetinadas, caixa de talco de plástico perolizado, par de
meias, etc. Acabei achando tudo meio chato tanta coisa para uma garotinha só comprar e uma pessoa só usar mesmo sendo a Mãe mais bonita e merecedora do Universo. E depois, Mammy, eu não tinha nem 80 cruzeiros, eu pensava que na véspera deste Dia a gente recebesse não sei como uma carteira cheia de notas amarelas, não recebi nada e te ofereço este beijo bem beijado e carinhosão de tua filhinha Isabel.”

ANDRADE, C.D. de. Cadeira de balanço. Rio de Janeiro: Record, 1996, p.143-146.

Estudo do texto
Depois da leitura, em grupos de no máximo 3 pessoas, discuta e responda às questões abaixo. Se acharem interessante, podem juntar duas perguntas em uma só resposta. Elas têm o objetivo de chamar a atenção de vocês para alguns pontos, e eles nem sempre são independentes. Escolham um relator, para apresentar as posições do grupo, no momento da discussão em conjunto.

A – Sua expectativa e a de seus colegas, com relação à linguagem, foi correta?
B – Mesmo com relação ao registro da criança, a carta apresenta uma evolução muito interessante. Observe as mudanças principais que vão ocorrendo na carta, com relação ao tratamento, aos presentes, etc.
C – Além do dialeto/registro da criança, a carta mostra traços de outros.
a) Quais são?
b) Qual a intenção desse uso?
D – Que efeito criam no leitor dois níveis tão diferentes de linguagem?
E – Vocês já devem ter apontado que a carta apresenta “problemas” de pontuação. Vocês os atribuiriam exclusivamente ao fato de se tratar de uma criança que ainda não domina todos os elementos da escrita?
(Pensem no material que ele utiliza para “comprar” o presente”.)
F – Vocês acham que a criança domina o vocabulário técnico presente na sua carta? Dê exemplos que confirmem sua opinião.
G – E vocês dominam esse vocabulário? Nas propagandas, que intenção tem essa linguagem técnica?
H – Na sua opinião, que intenção teria o autor, ao fazer essa crônica?
I – Independentemente de sua opinião, parecem claras duas críticas do autor. Quais são elas?
J – Além do humor e das críticas, bem ao jeito de Drummond, há uma valorização bastante interessante aí. Qual é?
L – Afinal, vocês observaram no texto uma mistura de gêneros (a crônica que é uma carta), de dialetos e de registros. A que conclusões vocês chegam, com relação:
a) a cada realização momentânea da língua?
b) à construção do texto literário?
M – Qual sua opinião sobre essa crônica? (Procurem dizer sinceramente por que gostaram ou não do texto.)

Respostas das alunas

A- Sim, a criança tem acesso a tecnologia que o adulto não possui.
B- O tratamento foi familiar, através do texto podemos conhecer a casa e a família da criança.
C- Inglês, para mostrar que a tecnologia ainda não está ao alcance de todos.
D- Apesar da diferença tecnológica existem os sonhos. A linguagem familiar e a técnica se encontram para explicar a fantasia e realidade. Mesmo sem saber para que serve tanta tecnologia e informações que vem nos rótulos.
E- O autor quis passar uma linguagem informal e familiar.
F- Não, são informações obtidas em revistas e vitrines.
G- Não, não faz parte da nossa realidade, usamos a tecnologia, mas não a compreendemos em sua totalidade.
H- Seria a contradição entre afeto e comercio no dia das mães.
I- A realidade de aceitar o que nos é imposto sem questionar. A professora diz que ser mãe é um sacrifício sublime, o comércio nos mostra a necessidade que não temos.
J- Mesmo com as tentações do comercio se mantêm o afeto entre mãe e filha.
L- a- Mistura de gêneros (diegese), mostrarem bem claro o momento de informação lida e opinião informal.
M- A mistura de gênero e linguagem torna o texto difícil, porém interessante, pois o movimento da personagem é percebido claramente.

Parte IV - (20 minutos)
Avaliação da oficina, a partir do alcance dos objetivos e das atividades realizadas.
Discuta com colegas e Formador os pontos positivos e negativos da oficina. Se for o caso, faça sugestões.

Parte V - (20 minutos)
O que nos espera, na próxima unidade.
Você e seus colegas acabaram de ler uma crônica de Drummond, na qual ele se faz passar por uma garotinha que, segundo os critérios mais rígidos, apresenta problemas de escrita.
Para já começarmos uma preparação para a próxima unidade, cujo título é Os textos como centro do ensino da língua, sugerimos a seguinte discussão:
Você trabalharia essa crônica com seus alunos de 5a a 8a séries? Justifique sua opinião.
 
ANEXAR RESPOSTAS DAS ALUNAS
 
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